Na noite desta terça-feira, 11/7, o plenário do Senado aprovou, com 50 votos a favor e 26 contra, o Projeto de Lei (PLC) 38, referente à Reforma Trabalhista. O texto foi aprovado sem mudanças e, agora, segue para sanção de Michel Temer.

Para o presidente do Sindigráficos, Álvaro Ferreira da Costa, as medidas impostas pela Reforma Trabalhista visam apenas a diminuição da proteção social e a precarização das condições de trabalho dos brasileiros. “O que esses políticos estão fazendo com o Brasil? É uma vergonha atrás da outra! A Reforma traz um enorme retrocesso a todos os direitos que conquistamos ao longo dos anos com muito suor! Estamos voltando para a escravidão! Enquanto este país for governado por golpistas e pela pequena parcela mais rica, o trabalhador sempre será prejudicado. É o pobre ficando mais pobre e o rico, sempre mais rico”, afirmou.

Entre os pontos previstos pela Reforma está o Negociado sobre o Legislado, que significa que os empregadores e trabalhadores poderão chegar a acordos coletivos independente do que prevê as leis trabalhistas. “Assim, por exemplo, as férias serão negociadas e seu parcelamento pode chegar a três vezes; a jornada diária de trabalho chegará a 12 horas; intervalo de apenas 30 minutos para repouso e alimentação; além de outros pontos que poderão ser negociados, como Plano de Cargos e Salários”, explicou Álvaro.

Outro ponto previsto é o trabalho intermitente, ou seja, em vez de trabalhar em um horário fixo, o trabalhador fica a disposição da empresa e atua apenas alguns dias da semana ou algumas horas por dia. Assim, o trabalhador não recebe salário fixo por mês, apenas o proporcional trabalhado. O mesmo acontece com férias, FGTS, previdência e 13º salário.

Além disso, a Reforma traz mudanças na rescisão contratual, já que não será mais exigido que a homologação seja feita nos sindicatos, que passa a ser realizada na própria empresa, tirando toda a segurança do trabalhador, que será auxiliado por advogados do empregador; demissão em comum acordo, quando a multa de 40% do FGTS seria reduzida para 20% e o aviso prévio ficaria restrito a apenas 15 dias, (além disso, o trabalhador poderia sacar 80% do FGTS, mas perderia o direito de receber seguro-desemprego); e as gestantes ou lactantes poderão trabalhar em ambientes insalubres, bastará apresentar atestado médico que afirme não haver risco ao bebê ou mãe; isso só para citar alguns exemplos.

“Estamos entrando na era dos subempregos! Esta é uma reforma unilateral e não favorece o trabalhador de forma alguma. Muito pelo contrário, apunhala a classe trabalhadora de diversas formas. É uma vergonha. Guardem o nome de cada senador que votou a favor do fim de seus direitos e lembre-se disso na próxima eleição”, afirmou Álvaro.

Senadores que votaram a favor da Reforma Trabalhista

Aécio Neves (PSDB-MG)

Airton Sandoval (PMDB-SP)

Ana Amélia (PP-RS)

Antonio Anastasia (PSDB-MG)

Armando Monteiro (PTB-PE)

Ataídes Oliveira (PSDB-TO)

Benedito de Lira (PP-AL)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Cristovam Buarque (PPS-DF)

Dalirio Beber (PSDB-SC)

Dário Berger (PMDB-SC)

Davi Alcolumbre (DEM-AP)

Edison Lobão (PMDB-MA)

Eduardo Lopes (PRB-RJ)

Elmano Férrer (PMDB-PI)

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Gladison Carmeli (PP-AC)

Ivo Cassol (PP-RO)

Jader Barbalho (PMDB-PA)

João Alberto Souza (PMDB-MA)

José Agripino (DEM-RN)

José Maranhão (PMDB-PB)

José Medeiros (PSD-MT)

José Serra (PSDB-SP)

Lasier Martins (PSD-RS)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Omar Aziz (PSD-AM)

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Raimundo Lira (PMDB-PB)

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Roberto Muniz (PP-BA)

Roberto Rocha (PSB-MA)

Romero Jucá (PMDB-RR)

Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Rose de Freitas (PMDB-ES)

Sérgio Petecão (PSD-AC)

Simone Tebet (PMDB-MS)

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Waldemir Moka (PMDB-MS)

Wilder Morais (PP-GO)

Zeze Perrella (PMDB-MG)