Na última sexta-feira, 31/3, o Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região (SECOR) se juntou às mais de 70 mil pessoas, de acordo com organizadores, na Avenida Paulista, em São Paulo, em mais uma mobilização contra a Reforma da Previdência e a terceirização irrestrita.

Para o diretor de Comunicação do SECOR, Carlos Alberto de Sousa, presente no ato, é clara a adesão da população nos movimentos. “A cada dia, mais gente vem para a rua mostrar sua insatisfação com o governo e seus ataques aos trabalhadores. Mais uma vez, a Avenida Paulista estava lotada”, afirmou.

Infelizmente, no mesmo dia, o presidente Temer ignorou a voz da rua e votou, mais uma vez, de acordo com os interesses de seu governo, aprovando a lei que permite a terceirização irrestrita em empresas públicas e privadas de todo Brasil, mesmo enfrentando resistência dentro do próprio partido.

Publicado ainda na sexta-feira no Diário Oficial da União, o texto passou a valer imediatamente. “Ao aprovar a terceirização irrestrita e ignorar a vontade da população, Temer mostrou quem realmente é! No entanto, não vamos aceitar calados, pois estão roubando nossos direitos. Vamos continuar firmes em nossa luta”, afirmou o presidente do SECOR, José Pereira da Silva Neto.

A principal mudança que a terceirização irrestrita trará é a permissão para as empresas contratarem trabalhadores terceirizados para qualquer atividade. Antes, era permitida apenas a terceirização de atividades-meio, como para o serviço de limpeza e de vigilância. No entanto, agora, qualquer trabalhador pode ser terceirizado.

A terceirização traz diversos prejuízos ao trabalhador e à sociedade. O fim da representatividade sindical é um dos exemplos que podem ser citados, pois, além de prejudicar a legislação trabalhista, dificulta a negociação coletiva. Além disso, a terceirização é sinônimo de precarização das relações trabalhistas e de salários, trazendo baixa remuneração e, consequentemente, prejudicando a economia do país, pois a população precisa ter poder de compra para movimentar o mercado; demissões em massa de trabalhadores para que a empresa contrate outra pessoa que terá menos direitos; aumento do número de acidentes de trabalho; entre outros prejuízos aos trabalhadores e à sociedade de maneira geral.

“O trabalhador passará a ser tratado pelas empresas como uma mercadoria barata. Não podemos permitir que isso aconteça. Nossa luta não terminou! Por isso, convidamos todos trabalhadores  a aderirem a Greve Geral do dia 28 de abril. Se Temer ignora nossa voz, vamos gritar mais alto e parar o Brasil”, concluiu o presidente Neto.

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